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Fui muitas vezes contestado a propósito do uso das redes sociais. Particularmente na minha área de evangelização, junto dos mais novos, nunca consegui entender o temor que esta forma de comunicação levantava. Na verdade, sempre que discutia isso com alguém, cheirava-me mais a medo e preguiça que a qualquer outra coisa. Medo de um mundo transfronteiriço, inteiramente novo, e preguiça de aprender como se vive nesse mundo, onde a novidade é permanente e onde nós, os mais velhos, andamos sempre a correr atrás do prejuízo. Este mundo das tecnologias, que nós apenas visitamos, é na verdade o mundo que os mais jovens habitam, é lá que eles vivem, e é lá que os encontramos.
No entanto, apesar desta realidade, não é nesse mundo que os devemos deixar viver. É um pouco como se eles, os mais jovens, habitassem as margens e nós os fôssemos lá buscar para habitar a realidade. Porque - é isto é algo que muita gente não entendeu em mim - conhecer e frequentar as redes sociais não implica necessariamente que nos deixemos ficar por lá. Significa apenas que é lá que os encontramos. Mas que o encontro físico, o toque, barroca de olhares, o calor humano presencial, o abraço forte e o tom de voz - mesmo quando se gagueja- é absolutamente insubstituível para todos nós.
No domingo estive pela primeira vez numa eucaristia online. E esta semana numa oração de Taizé online. Face às circunstâncias que vivemos nesta altura, são alternativas razoáveis, mas são sempre, sempre, escolhas menores. Porque bom mesmo, seria ter estado na minha assembleia, na minha comunidade, com os meus, em oração.

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