20160416


Ontem tivemos mais uma oração do ComTigo. Cheguei a casa pouco faltava para a meia noite, depois de ter saído pouco depois das sete dessa manhã. Foi um dia cheio, com Dia de Reflexão, com tentativas de recuperar trabalho acumulado, com Encontro, com as pernas pesadas do cansaço e o coração cheio da alegria. Fecho os olhos e não consigo imaginar uma vida melhor que esta. A correria, o sufoco, a imensidão de coisas para pensar e preparar e fazer são largamente compensados quer pelos adultos extraordinários com quem aprendo sempre, quer pelos miúdos extraordinários com quem aprendo sempre. E depois há momentos, como o de ontem, que serão recordados porque todos aqueles que tiveram o privilégio de lá estar.

Ontem, como na Via Sacra, lembrei-me de Francisco de Assis. Não tivesse eu aquela malta à minha espera e teria ido para casa, refastelar-me no sofá, a vegetar, e teria ido para a cama, provavelmente ainda mais cansado do que fui. É certo que hoje as pernas doem, que os olhos vão lutando para poderem fechar um bocadinho que seja, e a cabeça anseia pelo tão desejado descanso. Mas é mais certo ainda que me sinto vivo, e feliz, e cheio de esperança, e de alegria.

Disseram-me ontem que o mais velho dos meus rapazes é igualzinho a mim. Apesar de nunca o ter reparado, suspeitei que assim seria quando ele, há cerca de um mês, quando estava justamente com quem mo disse ontem, me enviara um sms "provavelmente sou mais parecido contigo do que desejava". Sorri ao ler aquilo porque desde sempre ele se comparou comigo e desde cedo me tentou ultrapassar em tudo e desde muito cedo o conseguiu com extraordinária facilidade... e competência. E sorri. Já vamos no segundo fim de semana em que estamos sem ele e no próximo também voltaremos a estar. Não sei a quem é que ele sai mas também está mergulhado de cabeça em retiros e orações e em grupos e em ações de solidariedade e voluntariado. No pouco tempo que para em casa tenho-lhe visto as mesmas pernas pesadas, o mesmo cansaço no corpo e a mesma teimosia dos olhos, que se fecham à primeira oportunidade, sedentos de descanso. Mas também lhe tenho a mesma felicidade estampada no rosto, o mesmo entusiasmo quando conta o que aconteceu durante o fim de semana, e o mesmo sorriso aberto de quem confia na vida e no futuro.

Não lhes podia ter deixado maior legado!  

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Sentar e conversar. Nem sempre resulta. Aliás, é um processo, um caminho com várias etapas, sendo que apenas resulta no final. Mas até chega...