Estou a poucos dias dos 54. Tem sido um longo e belo percurso. Aqui chegado, olho para trás e fico feliz, percebo que, sobretudo atendendo ao meu ponto de partida, é imenso o que alcancei. Muitíssimo mais do que alguma vez, em miúdo, sonhei ou desejei ou pensei ser possível alcançar. E isso é muito bom. E tranquilizador.
Há pouco tempo falava acerca da gratidão. De como eu gosto de me sentir grato. De como eu preciso de agradecer. De como eu tenho motivos para agradecer. A tanta gente! A alguns quotidianamente, de forma evidente e veemente, várias vezes ao longo de cada dia, não desperdiçando oportunidades para o fazer. A outros de forma menos regular mas não menos sentida ou importante. Tenho a imensa graça de conviver com pessoas sábias que se preocupam, que cuidam, que me ensinam, ajudam, corrigem e me apontam metas e estabelecem desafios. São os meus motores fora de bordo sem os quais a minha vida seria uma imensa, aborrecida e improfícua calmaria. São pessoas que transvestem Deus, são a Sua presença, a Sua imagem, o Seu amor e carinho, facilitando-me extraordinariamente a vida porque me ajudam a ser de Deus, dificultando-me extraordinariamente a vida porque me ajudam a ser de Deus. São pessoas com lugar cativo cá por dentro, que armaram tenda e por aqui acamparam e volta e meia aparecem para conversar comigo durante as minhas solitárias caminhadas e reflexões. São pessoas sem ontem ou amanhã, por quem o Tempo não passa, e por isso, quando os nossos olhares se encontram conversamos com a naturalidade de sempre.
É-me muito importante a gratidão. Por um lado coloca-me os pés no chão e recorda-me o quando sou devedor; por outro lado recorda-me o quanto sou amado. E essa é daquelas coisas de que eu preciso ser recordado constantemente!
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