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Ultimamente tenho tido exemplos e conversas acerca desses exemplos de pessoas que têm tido atitudes diversas quando chegam ao fim da linha profissional. Umas, pacificadas, preparam e aceitam esse momento com tremenda tranquilidade, transpirando paz de espírito. Outros ficam angustiados, arrastando-se pelos corredores lembrando-me os zombies, que apesar de caírem aos pedaços, ainda se mantém em pé contra tudo e contra todos.
Sempre tive o meu pai como um destes: trabalhou desde menino, primeiro nos campos de Mouriz e depois nas muitas atividades que foi desempenhando ao longo dos anos. Reformou-se aos 65 anos mas apenas no ano passos, com 7e anos, deixou de trabalhar. Para se dedicar a minha mãe. Nos primeiros meses correu espantosamente bem, mas recentemente tive ecos de que estaria com alguns sintomas de depressão.Que não me surpreendem. Cuidar da minha mãe, apesar de ser um trabalho de quase 24 horas, é pouco para quem toda a vida saía de manha e regressava à noite. Vamos ter que conversar acerca disto. Não sei como, ainda, porque as nossas conversas sérias implicam sempre alguma dor e bastante desconforto, mas terá que acontecer.
É curioso como à medida que o tempo passa vou ficando mais atento a essa altura da vida. Espero sinceramente ir-me preparando para que, chegado o momento, possa ser daqueles que transpiram serenidade. Um bom amigo, daqueles a quem dedico uma atenção especial para poder calcorrear os seus caminhos, dizia-me esta semana que, quando se está de bem com a vida e rodeado das pessoas certas, tudo é mais fácil. E isso enche-me de esperança: sempre tive a bênção de ter na minha vida as pessoas certas e, agora, vou-me sentindo cada vez mais de paz com a vida. Gosto de pensar que poderei estar no caminho certo.

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