Poder escolher é um privilégio, mas é também uma responsabilidade. Se eu sou chamado a escolher o que quer que seja, tenho o dever de saber quais são as alternativas, o que está em cima da mesa, e a possibilidade do melhor. Não do perfeito, não do menos mau, mas do melhor. E se, por acaso, o melhor que tenho diante de mim for na realidade o que considero menos mau, tenho o dever de contribuir para que o melhor seja, efetivamente, o melhor, ainda que para isso me tenha que chegar à frente. Na verdade, a possibilidade de escolher tem que ter como consequência a responsabilidade de escolher o melhor para que possa transformar. Não escolho para que tudo fique na mesma - mesmo que escolha que tudo fique na mesma - porque a minha escolha reforça ou enfraquece o meio onde me insiro. Ainda que seja uma escolha pessoal, essa escolha tem reflexo à minha volta. Ainda que escolha não escolher, essa escolha tem reflexo à minha volta. A escolha, qualquer que ela seja, tem reflexo.
Por isso é tão importante que exerça a minha capacidade de conhecer para que possa escolher, verdadeiramente, o que quero escolher. Se assim não fizer não estou a escolher, estou a permitir que outros escolham por mim. E se permitir que outros escolham por mim, se me alhear da minha responsabilidade de escolher, estou-lhes a entregar, numa bandeja, a minha liberdade e, com ela, a minha própria vida. Depois, fazem de mim o que quiserem. Sem qualquer possibilidade de escolha da minha parte.
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