20200107


Nas parcas mensagens de votos de feliz ano que enviei no último dia do ano que passou, formulei os votos de sabedoria e tranquilidade. Se a estas adicionarmos serenidade, temos a minha busca mais permanente. É recorrente desejar aos que me são importantes aquilo de que mais necessito. Talvez seja porque me são importantes - as pessoas e os desejos - talvez seja porque tenho esperança no retorno, talvez seja porque não consigo ver senão pelos meus olhos e projeto-me nos que me rodeiam.

Quando penso em sabedoria e serenidade penso sempre em Jesus. Ontem, enquanto descobria o "Ei-lo" de Samuel Úria, desejei, mais uma vez, essa força. A capacidade de esperar, de dar lugar e ouvidos e vez, de estar suficientemente seguro para que os outros possam ter lugar em mim, de permitir que os outros sejam. É-me sempre difícil fazê-lo, principalmente quando estou numa posição que exige orientação e assumção de responsabilidades, sobretudo quando impera o medo infantil de desiludir alguém que confiou em mim. 

Não têm sido muito fáceis os tempos e nestas alturas vem-me sempre à memória o postal que o Padre Ferreira me deu no 9º ano: "o homem mede-se com o obstáculo." Eu normalmente fujo correndo e arranjando mil e uma boas justificações para o fazer. Agora, pelo contrário, não pretendo ir a lado nenhum. Cá estou e cá estarei enquanto mo permitirem. E estar, ficar, permanecer, implica a abertura à exigência do melhor de mim neste momento.

É uma aprendizagem, uma nova e uma outra aprendizagem, que, confio, contribuirá para que eu me apresente a Deus mais próximo das Suas expectativas.

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