Já escrevi algures por aqui que o Tempo traz consigo uma outra perceção das coisas. Que, quando as coisas correm bem, não é mais premente mas desliza em sentido oposto, o da suavidade, da serenidade. É até paradoxal, porque à partida o que se imaginaria era que, tendo nós menos tempo, teríamos mais pressa. Não tem sido assim.
Talvez esteja a escrever isto influenciado pela serenidade destas férias. Mas é justamente disso que estou a falar. Estamos numa fase da vida em que poderíamos fazer outras escolhas. Os filhos vão sendo cada vez mais autónomos, vamos tendo mais folga financeira, sobretudo quando comparada com os aflitivos anos que já tivemos, e no entanto, o que escolhemos vai tomando o caminho da simplicidade e, sobretudo, da serenidade. Nada de aeroportos, nada de viagens longas, nada do temo vertiginoso de outros tempos em que chegávamos ao trabalho mais cansados do que tínhamos saído. Vemos como algumas das escolhas dos nossos filhos vão nesse sentido e damos Graças por não ser já esse o nosso tempo.
Saber envelheSer pode ser complicado. Mas é fundamental. O nosso corpo é já outro, respondemos a diferentes estímulos, e o que desejamos profundamente não tem muito a ver com aventura radicalidade mas com a radicalidade do encontro profundo. É diferente. Muito diferente!
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