É sempre assim: por volta desta altura das férias, sinto uma enorme necessidade de me voltar a sentar ao computador e preparar o futuro.
A nível profissional e pessoal sou de projetos. Não consigo ficar quieto por muito tempo e tenho aquela doença das borboletas na barriga que me leva a desejar meter-me de cabeça quando um bom projeto me é bem apresentado. Com alguma facilidade, emprenho pelos ouvidos e, uma vez metido, não sei viver de outra forma que não seja totalmente imerso no que faço, e como os dias me são pequenos, é muito frequente que as noites sejam povoadas com aquilo que, de dia, me ocupa o ser. Se é verdade que Deus nos fala através dos sonhos, então Ele é um chefe que não se cala. E às vezes bem precisava do descanso!
A minha forma de fazer tem algo a haver com as vacas: primeiro engulo tudo sem mastigar e só depois, nas minhas caminhadas, na minha elíptica, nos momentos em que aparentemente estou a fazer cera, é que o que me alimenta volta à atualidade e aí é devidamente processado, por vezes durante semanas, para que possa finalmente ser distribuída. Durante esse processo mantenho os olhos abertos e os ouvidos atentos a todos os contributos que, conscientemente ou não, me possam chegar através do imenso que me rodeia. Tenho o privilégio de trabalhar com pessoas bem mais tudo que eu e que ainda por cima não se importam de se partilhar comigo, tendo eu apenas que recolher, processar e redistribuir, numa espécie de hipermercado do ser, em que nada produzo mas vivo à custa de colocar nas prateleiras a produção dos outros.
Hoje é esse dia. Em que me sento, registo uma e outra vez os projetos em que estou metido - Graças a Deus! - e recomeço o plano.
Adoro este nervoso miudinho :-)!
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