Iniciei este ano um novo ciclo de catequese com o 7º ano. Os nossos inícios nestas coisas nunca são fáceis. Por um lado, preciso sempre de simplificar a minha mensagem e, sobretudo a maneira como faço catequese, onde aplico de forma ainda mais incisiva o que vivo na vida: gosto mais de perguntas que de respostas. E quase todos os miúdos, naquela altura, sentem-se muito mais confortáveis com respostas - se possível simplificadas até à sua infantilização - que com as perguntas que a fé e a vida vão suscitando dentro de si. No entanto, acredito que eles não são um produto acabado a quem se distribui conceitos mais ou menos religiosos - para mais num contexto de escola como o nosso - mas caminhantes, no princípio de uma longa caminhada, para a qual saber fazer-se perguntas a si próprio é absolutamente fundamental.
Temos vindo a falar do Reino de Deus, de como está bem mais próximo de todos nós do que imaginamos, de como depende bem mais das ações de cada um de nós do que desejaríamos. Depois de termos visto, na Bíblia, como Jesus fazia o Reino acontecer - restaurando a dignidade daqueles que não se sentiam dignos - e de falarmos do concreto das suas vidas, apresentei-lhes ontem um filme curto que pode ser encontrado com facilidade na internet: o Circo das Borboletas. Nesse filme, a única altura em que a palavra Deus é referida é numa acusação que tem tanto de negativa como de quase quotidiana. Fora isso, em momento algum se refere o nome de Deus, de Jesus, de Reino, ou qualquer coisa sequer semelhante... e no entanto... Naturalmente, o filme não é apresentado assim, cru, sem mastigação posterior, sem muita conversa e, sobretudo, sem muita reflexão acerca do que é o Reino e do que Deus espera de cada um de nós para a construção do Reino. E apenas essa reflexão é verdadeiramente importante, na medida em que despertar em cada um deles a necessidade de condicionar a ação pelo encontro pessoal com Jesus.
Porque é apenas para isso que faço catequese: para que esse encontro profundo de Cristo com cada um possa acontecer.
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