The Long Road by Passenger
https://www.youtube.com/watch?v=Pne7xGPaokA
You've walked the long road and you've worn it well
You stitched yourself up when you fell
Keep your memories in jars
Carry secrets in scars
Beneath your shell
You've seen some good days, and some bad ones too
You weave through fashion and trend
You've seen a sun rise on an ocean blue
You've seen it set for the dearest of friends
You found faith but you, chose to doubt it
You found love but you, left without it
And now you don't want, to talk about it
You travelled down through foreign lands
Touched mountain tops and golden sand
Seen pyramids and temples made of stone
Keep seashells in a cashmere scarf
A treasured book of photographs
In every single one you stand alone
You've seen Vienna and the Berlin wall
As you watched the decades fall
The letters that you wrote never made it home
Your birthdays flew past like June
With Christmas days in hotel rooms
And new years eve with people you don't know
You built friendships but they, sailed without you
You never meant it and that's why, they doubt you
They don't ever talk about you
You're older than you used to be
The mirror weaves a tapestry
Of lines that dance and shimmer 'round your eyes
You stare back at a man, forever holding out his hand
As if the answer's going to fall out of the sky
But the penny never dropped
And no man has ever stopped time flying by
Não tenho o hábito de estar atento às letras das músicas. Mesmo das portuguesas. A música age como um todo em mim, e pode ser bela ou horrível qualquer que seja a sua nacionalidade justamente porque funciona como um todo. E normalmente a música é pretexto e companhia de caminho, não me detém mas impulsiona-me a viajar dentro, apenas por causa da sua sonoridade. Mas estou de férias e uma das bênçãos das férias é o tempo de que disponho para fazer o que habitualmente não faço. E hoje deu-me para estar mais atento à letra desta canção do Passenger - somos todos caminheiros e passageiros ao mesmo tempo - que me transmitiu uma enorme melancolia.
Sempre tive medo do vazio. Particularmente do vazio que, eventualmente, corremos o risco de deixar como testamento. O não deixar boas memórias - ou memórias nenhumas, sequer - o passar ao esquecimento, o não ter sido suficientemente relevante na vida de ninguém para que mereça ser recordado nas conversas, nos risos, nas lágrimas. O viver por viver, apenas, sem ganhar ou deixar marcas, o anonimato puro e duro - quem??? não me lembro! - sempre me assustou imenso.
"Gostaria de fazer o discurso da tua despedida". Disse-mo com a naturalidade de quem sabe que eu sei que falava verdade, com a mesmíssima naturalidade de quem habita a mesma terra, a mesma realidade não palpável que ambos sabemos que habitamos, aquela inominável, indefinível, mas tão real como a que temos todos os dias diante do olhar. Sorri. Como não? Afinal, parece que, ao contrário da canção, zarparemos juntos. Ainda que não no mesmo barco.
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