Sempre gostei muito dos Jesuítas. Da sua visão do mundo, do seu estudo, da sua cultura, que é quase sempre mais vasta que a mera teologia. Normalmente os jesuítas são pessoas do mundo, embora ultimamente tenha pressentido uma tendência mais elitista do que gostaria. Do que não gosto mesmo, é da recorrência com que falam do demónio ou do diabo.
Não acredito que sejamos anjos ou demónios. Acredito que somos anjos e demónios. Acredito que, antes de mais, somos. Com a nossa personalidade, com os nossos vícios e virtudes, com as nossas dificuldades e dons. E acredito que vamos sendo, nos vamos definindo, à medida que vamos permitindo ou impedindo que as circunstâncias nos moldem ou desviem do que somos chamados a ser. No âmago das nossas entranhas.
E gosto de acreditar, ou faço por acreditar, que se nos dermos verdadeiramente ouvidos, se nos escutarmos atentamente no silêncio onde Deus nos fala, e se tivermos a coragem de fazer nossa essa voz conjunta, seremos mais felizes. Interiormente mais felizes. Exteriormente mais alegres.
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